terça-feira, 10 de julho de 2012

O ponto que a humanidade chega II

O ponto que a humanidade chega (I)


Vinha apressada, percorria um longo caminho que estava, de fim, para acabar. Faltava pouco. Faltava apenas atravessar uma rua e chegar ao ponto onde pegaria seu transporte. Não estava atrasada, mas a qualquer hora passaria sua condução e esperar por outro poderia sim lhe atrasar. Além do mais, tinha que dar uma parada no comércio ao lado. Pragmática como era às vezes, unia o útil ao agradável, e planejava fazer isso dessa vez. Era caminho mesmo.

E ele veio... um carro vinha na rua onde ela deveria atravessar. 
Atenta, esperou. 
Esperou.
Esperou.
Esperou!

Indignada, ela ainda espera o cidadão na sua boa vontade de querer passar e dar sua vez. 
Poderia ter se metido na frente do carro, poderia ter... pedido licença. Não o fez, pensou num rápido flash que não valeria a pena, quem sabe um risco. Ele aparentava estar muito próximo. Não daria pra atravessar. 

Foi só depois de uns segundos que percebera que ele vinha devagar. Que abuso! Ele não quer é passar... vamos, desconhecido, passe! Tá esperando o quê?
E finalmente, nossa, depois de uma eternidade, ele passou. 

Quando passou, ela pôde melhor observar... o motorista estava no telefone celular.
Ele estava certo de andar naquele modo. E ela, apressada demais, injusta.
Tão logo uma leve culpa. 
Pressa, uma linda inimiga da perfeição. Motivo de briga e acidentes.
Ela não detinha razão do começo ao meio tempo, mas percebera seu erro o quanto antes. 
Antes que algo pior acontecesse.

Ele continuou seu caminho, lerdo pela rua, justificado.
O sopro de um "ai ai" de autoreprimenda conciliado a um "tsc tsc" de menear a cabeça encerrou a cena.


Breves culpas.

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