domingo, 29 de maio de 2011

Publicar

Publicar...
Aquilo que deveria enterrar.
Publicar...
A dor que me faz sufocar!

Publicar...
O horror, o grito de terror!
Que em minhas entranhas,
Senti despertar!

Publicar...
Revelar os segredos,
Fazer cair o véu do medo,
De um velho amar.

Publicar...
Fazer o vento do mundo,
Soprar as ilusões,
De um velho amar.

Publicar...
A notícia de um velho amar,
Morrer de tanto amar
Aquele meigo jeito de amar.

Publicar...
Para que seja eternizado,
E todo um futuro saiba
Que em todo passado
Habita um velho amar. 


Rubens Belfort




p.s.: Autocrítica, entendo.

Vale a pena compartilhar: "Alguém tinha que trair"

Post dedicado a minha amiga Mary e minha colega coordenadora Ana Maria, que me aguentam em casos semelhantes.

Amadora e leitora de muitas traduções, das mais avulsas às profissionais, em meio a algumas revisões, pensei que essa era uma coisa boa de compartilhar.
Milton Hatoum, escritor e tradutor brasileiro, soltou um digno comentário: “Tradutor, traidor.”

Quem já acompanhou um processo de tradução, amador ou não, já deve ter visto falhas na língua. Mas como assim, falhas na língua? Aqueles buracos do texto que não foram bem traduzidos, que foram passados de qualquer jeito e só resta ao leitor tenta adivinhar a ideia ou encaixar uma nova quando a coisa toda não faz sentido. Pra mim, é frustrante. Já lhe aconteceu o caso de ler uma coisa, perceber que o tradutor passou direto e você ficar imaginando uma pessoa que não entendeu quando leu aquilo? Só umas milhões de vezes comigo - tá que não eram traduções profissionais ou oficiais, mas acho que você entendeu meu ponto, mesmo não podendo reclamar muito. Mas o fato é que, existem expressões que pertencem a uma língua, que não se traduz pra outra, que se perde nessa outra... Porque cada língua tem suas particularidades. Bom, tem que adaptar. Assim como o tradutor tem que se adaptar a sacar a jogada.

Há, aí que começa a história do traidor, que pra mim, foi profunda. Essa metáfora foi a melhor.
“Os bons textos são aqueles que exigem atitude inventiva em relação à linguagem. Nesse sentido, o tradutor é mais fiel quando trai.”
Significa...
Tem que ser esperto, captar a ideia e transmiti-la. Nada de ir com o extremo do pé-da-letra pra dizer que tá sendo fiel ao autor, usando as palavras dele, quando aquela tradução nunca vai ser a ideia dele ou as palavras dele. Nem suas. Diria que seriam de um dicionário de última hora.
Significa...
Entendendo e transmitindo isso nas linhas, adaptando as expressões de uma língua para outra, o tradutor ‘trai’ as palavras iniciais do autor, mas é fiel a ele, à ideia dele, que é o que conta.

- A carga pesada: algumas vezes a expressão X fica bem de cara, mas a expressão Y te faz empacar. Aí a questão já vira pesquisa. Mas que, com certeza, faz o trabalho valer a pena. E aí, já é outra história... -

E, voltando à oração principal, eu replico, para os casos em que o tradutor não soube trair. O revisor trai o tradutor, e o autor por conseqüência:
Revisor, traidor, da tradução não-traída. Alguém tinha que trair.

sábado, 28 de maio de 2011

[...] Cubículo parte II - Curtaconto

Ver Cubículo, escrito pela estrela Jeff Maciel ;)

[...] Marta é o próprio cubículo, não mais que um cubículo. Está coberta por tralhas e mais tralhas, precisando de uma geral. Até que Marta limpe sua mente, o cubículo ainda estará apertado. [...]

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A declarar


[]
Sem muitas palavras. Muitos pensamentos pra quem quase não os fala. Ou os fala.
Justamente quando ninguém está prestando atenção... Quem sabe se era a intenção.
Meus pedaços de papel soltos ao vento. Há de ter alguém que os vejam, que os leiam.
Agora não tão meus.