sábado, 27 de abril de 2013

Uma resposta. 27 de abril, 2013


SAAVEDRA, Carola. Flores Azuis. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

"Meu querido,

Se o livro é bom, ele é. 

Não é um livro que normalmente eu leria, ele tem algo bem diferencial do que seria meus preferidos; há uma desenvoltura bem singular. Li de curiosidade, como toda boa leitura deve ser, de achar que algo intrigante vá sair das páginas. Sai. Principalmente se você é um estrangeiro que lê cartas dos outros destinadas a outros. Não é pra você, meu querido, você não é 'meu querido', você nem os conhece. Mas aí que está, existe um fascínio nisso, existe um mistério, entrelinhas. Não li repetidas vezes como o estrangeiro da história, mas fui estrangeira, senão forasteira. Estava de passagem e li, como quem não quer nada... assim, como se não tivesse compromisso, só por observar o desenrolar, sabe-se lá por quê. E fui testemunha, desenrolou as cartas, narrativas, intimidades, segredos, curtos e longos, confissões no papel. 

Entende a ideia de forasteiro, então? Fiquei ali por ficar, pra saber o fim da novela, a gente gosta de saber os fins, né? Nem, às vezes, tão emocionantes como esperado, às vezes bom mesmo é a sacada que alguém diz e sentido mesmo se encontra depois. É estranho, mas é desse jeito.

Não exatamente ri, não é de esboçar muitas reações. Reação mesmo é essa, que de tanto ficar ouvindo 'A', ou Marcos, Fabiane ou as reclamações da ex, sei lá, achei que tava lendo pensamentos. Não sei se deles ou de Carola, quem deu espaço a muitos, fluídos e invasivos. 
Flui, não rasga, não sai chutado, forçado, como qualquer outros que a gente empurra pra sair. Achei difícil que eu escreveria sobre, e, olhe cá, escrevi, continuo colocando letra pós letra, sentido a mais, pensamentos, efeito Carola, efeito 'A', achando que deve haver Marcos para ler essa correspondência.

Desculpe se chamei de 'meu querido' se não o é, foi, assim, um lapso, coisa de 'A'. Pra você ver como é, como corre tudo, a gente vai pegando, se apegando, vai num sopro só, algo aqui despertou, não sei se com você será. Não estarei à espera, e não, não vou falar de mim, se isso você ainda esperava, não, leia Carola. Quer dizer, leia 'A', leia Marcos, o narrador, as histórias paralelas, as flores azuis. Carola é só a cabeça do teatro, de muitos papéis, até mesmo de uma menina de 3 anos, garota interessante, bota medo no próprio pai. 

Eis que ainda te dei um capítulo meu. Carola te dá mais, vá lá, vá ler, não estou aqui pra matar curiosidade de ninguém, só tô dizendo como é que se fica depois, você percebeu, imagino. Pois então, me diga depois, se possível, não esperarei, você já sabe.

P.S.: Confie nas orelhas do livro.

K."


E os pensamentos pareciam-lhe estranhos, já fazia alguns dias que os pensamentos lhe pareciam estranhos, como se não fossem seus e, ao mesmo tempo, tivessem sido seus desde sempre, pensou, cada vez mais surpreso. P. 125


Skoob

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Função expressiva, função da linguagem

Às vezes me leio e me estranho
Às vezes me estranho, mas compreendo
Me compreendo, me imagino
Falo comigo, me cutuco
Me pergunto, me respondo
Me exclamo.
Brinco.
Suspiro.

Me vejo, me transpareço
Então sou translúcida, opaca
Me fecho, me transformo
Sou outra, sou eu
Eu de novo
E não sou
E isso me surpreende.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quem é o intrigado agora?

Sabe aquele instante alheio nosso em que se está olhando para alguém, só que, na verdade, não está de fato olhando para ela? E ela olha de volta intrigada por estar sendo observada? 
Quem é observado agora é você. 
Você olhava o nada, você via além - calhou da pessoa estar no seu espaço periférico. 
Então você nota e se intriga também. 
A pessoa não vai saber, mas poderia ter sido assim. 
E eu poderia não saber que a pessoa fazia o mesmo. 

Pisque, coce os olhos. 
Diminui o constrangimento. Né?

Fazendo poesia... de lombada


Passeava pela timeline do twitter quando vi isso:


Nas palavras de Sérgio Rodrigues...
"Spine poetry, ou poesia de lombada, é a arte – pelo menos no sentido travesso da palavra – de empilhar livros de tal forma que os títulos formem um todo inteligível.
Com sorte, um poema." 

Observando a tentativa de "poesia de lombada" que Sérgio fez, quis brincar também. "Escrevi" meus "próprios" poemas, relembrando longinquamente da fórmula dadaísta de escrever...

[aquela velha história de pegar um jornal, uma tesoura, escolher um artigo de lá, cortar as palavras soltas, jogá-las num saco, agitá-lo, tirar uma a uma, copiar a ordem das palavras... pronto, seu poema dadaísta] 

Mas lembro apenas da fórmula, não da construção que possa implicar, pois, sendo um poema dadaísta, não há provável lógica, estrutura, significado real e/ou ideal, nem propósito com a escolha de palavras... Isso seria talvez a forma como socamos livros nas prateleiras e estantes sem nunca pensarmos no que está escrito nas lombadas, apenas na mistura de coloração que traz vida ao local. 

Anyway, é uma brincadeira de boa bagunça (já penso no que vou ter que arrumar depois do post). Abaixo deixo minhas montagens, minhas poesias de lombada.

"Mas cuidado, bibliófilos, a coisa vicia. Você nunca mais vai olhar para suas estantes do mesmo jeito." 
Penelope
Senhora,
Fiquei com seu número.
Descomplique!


A confissão:
Se eu pudesse viver minha vida novamente...
Ser feliz.
Queria tanto...
Flores azuis.

Persuasão,
O dom.
A maldição do Titã
Estilhaça-me

Sequestro em Copacabana:
Duzentos ladrões,
Ladrões de Elite.

Noite em claro
Serena
- A mulher do viajante no tempo - 
queria tanto
o garoto da casa ao lado.
Amanhecer.
O encontro marcado
Reparação.
João & Maria
Amor inteiro
Ser feliz.

"o que mais chama a atenção na brincadeira é o fato de ser exclusiva do mundo físico. 
Olha aí, coveiros do livro de papel: 
quero ver fazer isso no Kindle!"

Leitor que é leitor adora uma brincadeira de estante.
(Quem for postar, me chama)

Kleris Ribeiro.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Um jantar bem... peculiar


Soube da tag do Jantar Literário pela Deyse Batista – um jantar onde vários personagens da ficção literária estariam presentes, convidados super especiais que fariam uma noite senão memorável, um sonho talvez. Eis que fiquei comigo pensando em responder a tag, quem seriam essas pessoas que receberiam meu convite e o que neles eu gostaria de ver nesse jantar – ou o porquê que justificasse um envio de convite a eles.

Vi o vídeo da Deyse e um do vlog da LiteralmenteVlogando para pegar as perguntinhas que construiriam essa noite, categorias que organizam as escolhas de personagens. Diferentemente dos que vi pela pesquisa no google, vai aí um jantar descrito em texto.


Imagino que, numa noite tão especial dessas, não dá pra ser na minha casa nem de outra pessoa, tem que ser num local diferente, bem apresentável, que comporte a todos. Um lugar público então, um restaurante, onde tudo é muito aberto e tudo muito “fechado” (se pensar que cada mesa é uma bolha única). Vamos ao Mastriani's, que é um estabelecimento mais refinado em relação aos outros restaurantes da família Mastriani (Meg Cabot – Quando Cai o Raio), onde – imaginemos – Hannah Swensen ser a atração das sobremesas (Joanne Fluke – OMistério do Chocolate). Apesar de não conhecer bem a Hannah – ainda – penso que ela seja merecedora de mostrar seus dotes de confeitaria numa noite tão privilegiada assim... até porque ela merece “tranquilidade” depois de umas agitações envolvendo uns assassinatos na sua loja. Sim, senhor Mastriani prometeria a ela um trabalho calmo naquela cidadezinha do estado de Indiana, local que aparentemente não acontecia nada ou muita coisa. Ao me atender ao telefone o senhor Mastriani nem podia imaginar quem estaria recebendo... sabe como essas coisas podem ser impessoais.

1)      Escolher alguém que cozinhe ou goste de cozinhar

Dessa vez, no entanto, ele gostou de frisar quem estaria por trás na cozinha, que a Hannah estaria se arriscando a chef de lá... a mulher gosta de desafios que eu sei, então achei o máximo esse toque do senhor Mastriani, que achou estar dando mais status ao seu restaurante, o que garante certa agitação suspeita na nossa mesa. Vocês entenderão mais tarde. 
Para observar a apreciação de todos de seus pratos, ficaria na primeira cabeceira da mesa.

2)      Quem vai bancar tudo?

Convidei o Hale (Ally Carter – Ladrões de Elite) porque... bom, porque é o Hale, cara! Não é bem um Chuck Bass (da série Gossip Girl), mas seu sobrenome tem tanto poder ao ser citado quanto um Bass. E se ele calha de ser bilionário, ter casas, fazendas, ações... por todo o mundo, só posso dizer ou repetir as palavras de Kat (que só não recebeu convite porque está visitando o avô pra saber que novos golpes foram aqueles... enfim, vocês não souberam por mim, não sei de nada) que às vezes ter amigos bilionários chega a ser bem conveniente. 
E o Hale gosta dessas coisas, de estar em lugares em que desejem sua presença, que tenha pessoas singulares, que seja aconchegante e o faça se sentir tão bem quanto fosse da família. É o que ele mais busca, pois de nada adianta viver em mansões, fazendas, que seja, se é muito espaço pra pouca pessoa. Hale gosta de grupos seletos. Claro que ele vai gostar desse jantar. Quem sabe conseguisse arrancar dele o seu verdadeiro nome? Ele nunca diz, só se sabe que é W. W. Hale V.
Com certeza ficaria na outra cabeceira da mesa.


3)      Que personagem pode fazer cena?

Dentre meus convidados, a pessoa mais provável a fazer cena (porém, sem barraco) é a Suze (Meg Cabot – Terra das Sombras) porque ela... bem, é uma mediadora. Quase como a Melinda Gordon (da série de Tv Ghost Whisperer), para onde a Suze vai, sempre tem um fantasma querendo alguma coisa ou perturbando alguém. 
Ela merece uma folga, mas bem que poderia ajudar a Hannah né? Assim, só para o caso quando coisas estranhas começassem a acontecer no meio do jantar e todo mundo ficasse fingindo que não acontecia nada, mas no fundo sentia aquele clima... esquisito. Suze saberia o porquê, evitaria algumas coisas e tal, entretanto, como não dá pra ter controle de tudo, alguma cena dali viria. Acredite, coisas assim acontecem bastante com ela.
Prefiro deixá-la na ponta perto do Hale e distante da Hanna, é sua escolha decidir ajudar a moça ou não. Lá ela tem mais chances de controlar a situação (fantasmas podem ser bem inconvenientes, mas, pelamor, uma trégua, né?) e neutralizar o efeito Hale de seduzir geral. 

4)      Personagem muito popular?

Rei Arthur, criador de Camelot e da Távola Redonda, portador da mítica espada de Excalibur , encarnado na figura de Will Wagner (Meg Cabot - Avalon High), coisa que alguns historiadores acreditam ser e até Merlin tem se metido no meio. Will não acredita nisso, ele só quer jogar o futebol dele, ser presidente de classe, entender logicamente alguns fatos e ser um garoto americano como qualquer um. É tipo de cara que se deixar ele quer por até a mesa com sr. Mastriani de tão gentil que ele pode ser. Conversa muito, é espontâneo, chama atenção, líder nato, um gentleman, nice guy. Um toque de realeza na mesa.
Ficaria sentado quase no meio da mesa, porque quem lá senta sou eu e o próximo escolhido.

5)      Aquele que diverte, entretém, conversa demais, anima a mesa?


O filho de um pai mais filho de um pai desse mundo: Luke (Natália Marques – AInfiltrada). Sério, o Luke e sua tagarelice consegue sustentar toda uma noite – e se deixar, o negócio rende. Tem lá suas pérolas, sua graça insistente, umas tiradas inconvenientes, facepalms pra dar e vender, uma curiosidade infinita e é um bobo daqueles adoráveis. Um best que iria se gabar por semanas sobre esse encontro ímpar a que foi convidado, sem falar de toda a pompa que iria improvisar por ser um aspirante na NSA. 
Iria colocá-lo em outra categoria (como o personagem subestimado), porém, acho que aqui ele melhor se encaixa. Mas que ninguém diga que o senhor Mastriani investiu em um karaokê no mês passado, senão o Luke vai fazer o Gangnam Style do jeito que lhe vier. 
Ele (Derek e Ian que não confessam) se empolgou bem depois desse video aqui:

6)      Precisamos ser altruístas, convido um vilão.

A funcionária (Ally Condie - Destino). A Sociedade tem muitos e muitos funcionários, claro, mas tem uma lá, de nome não revelado, ela somente é referenciada como "funcionária". É do departamento de pares e experimentos sociais. 
Por que ela? Bom, pensei no Arturo Taccone (Ally Carter – Ladrões deElite), bandidão sério, do tipo mal mesmo, envolvido com máfia talvez, das bem pesadas... só que com ele presente, o Hale nunca me perdoaria. Aí eu teria que chamar o Lucius (Beth Fantaskey – Como se Livrar de um Vampiro Apaixonado) pra bancar o jantar... e seria meio perigoso, sabe. Ele gosta de muita pompa, etiqueta... pense o que seria ele discutindo alguma coisa com o Luke? Num daria certo. Até o Taccone se juntaria ao Lucius só pra trucidar o Luke, Will se meteria no meio em defesa dos "mais fracos" e aí sim rolaria barraco. Teria apenas uma forma de evitar isso: colocar Black Eyed Peas pra tocar/cantar (My Humps é a preferida do Lucius, quem diria?). 
Não, melhor não, fica a funcionária mesmo... tenho a impressão que ela ficaria numa butuca de observar as relações de todo mundo sob um mesmo sorrisinho gentil fingido. Como uma funcionária sei que avaliaria meu comportamento, faria um relatório e até me indicaria como classificadora para os trabalhos d’A Sociedade. Manter as aparências é com ela mesmo, ainda mais tramando algum experimento social com tanta gente divergente que apareceria nesse jantar.
Pra não dar problema, deixo-a perto da Hannah, assim pode observar a todos sem dar tanto na cara, sem falar de manter um tanto distante do Hale... ele pode inventar de seduzir mesmo de longe e tendo várias garotas ao seu lado.  

7)      Um casal – não necessariamente romântico

Cammie e Zach (Ally Carter – Espiãs também se Enganam) seria uma boa pedida. Cammie é o tipo de pessoa que leva bem a sério a expressão “vantagens de ser invisível” já que ela precisa disso em seu treinamento. Para todos ela é apenas uma garota da Academia Gallagher para alunas excepcionais... acontece que lá tem um submundo de espiões em treinamento. Cammie é reconhecida como Camaleoa, aquela que consegue se adaptar bem ao ambiente, não se revelar, interagir bem com todos, tomar tudo como experiência para uma missão. Com o Hale na mesa talvez ela saiba lidar melhor ele – e, observando discretamente seus traços de personalidade, descobrir algo sobre seu suposto envolvimento com um dos maiores roubos da história. Ou isso ou reviraria seu lixo (coisa de espiões, sabe). 

E o Zach, bem, é o cara que precisa de uma ameaça como o Hale para não se bandear para o Círculo de Cavan ou mesmo sua mãe, que tem um interesse enorme em... ok, paro por aqui.
Zach, enfim, vai bater a testosterona com o Hale e quem vai segurar a conversa vai ser o Luke, aposto. O que me parece uma das razões para Arturo Taccone não ir... NSA e CIA não seria boa companhia para ele.
Dá pra entender porque eles ficariam na ponta perto da Hannah, né?

8)      Um herói ou heroina

Acho que o senhor Mastriani ficou bem surpreso quando mencionei que a filha dele, Jessica Mastriani estava no guest list. Mesmo sob a mira da funcionária, de um aspirante da NSA (onde atuam os maiorais do serviço de inteligência), de espiões de contato com a CIA, a “garota do raio” vai espelhar para todos o que ela disse pra imprensa: ela não consegue mais localizar desaparecidos, poxa! Agora em paz, vamos saborear uma boa comida, ótimos convidados, bom papo e muitas histórias... Gosto dela por ser tão viva e destemida, que se daria muito bem com a Cammie e a Suze, que ficam nessa de serem camaleoas por aí para esconderem seus maiores segredos.
Sentaria entre mim e a Suze ouvindo as sem-noçãozices do Luke do outro lado, acompanhado das gentilezas do Will que media o melhor das conversas, mantendo tudo na paz. 

9)      Alguém que é muito subestimado

Luke é muito subestimado, como pessoa, como amigo, como novato na Agência Nacional de Segurança. Mas ele já tem sua cadeira garantida na mesa. Diria o Ky (Ally Condie - Destino) se o caso não fosse meio que... excepcional e complicado. Ele é muito subestimado mesmo, porém A Sociedade por sempre o coloca em teste e ele mesmo se encarrega de passar despercebido. Com a funcionária na mesa, não dá pra ter o Ky. 
Então essa cadeira eu deixo para a Emerson Watts, vulgo “Cabeça de Vento” (Meg Cabot). Transplantada para o corpo de Nikki Howard numa experiência de alta tecnologia depois de um acidente com uma tv, essa garota comum virou praticamente da noite para o dia uma modelo super famosa. O transplante de cérebro é sua segunda chance de vida, de ser Nikki, de equilibrar então duas vidas pessoais e profissionais, ser várias numa só. Ela é subestimada por sua aparência, por seu trabalho de modelo, por seu status de riqueza, pela sua alienação “inerente”... mas seu cérebro de Emerson continua intacto. Com poucas armas ela dá seu jeito.
Só porque temos uma ilustre convidada não quer dizer que ela pegaria um dos principais lugares. Até porque a Em gosta de ser mais conservada, vida de modelo é uma loucura. Acho que a ponta perto do Hale seria uma boa, ela ajudaria a Suze a manter um Hale no lugar dele, pois elas são tão intensas quanto a Kat pra fazer isso.

10)   Personagem de sua livre escolha ou que goste muito no momento

Convidaria o Gegê, ops, General Beckert (Natália Marques – A Infiltrada) se já não soubesse que nem adiantaria mandar um convite, que da sua mesa iria para o lixo em segundos, em pedaços. Ele não é do tipo de ir a esses... “programas”. Mal vai aos que tem de ir obrigado, e quando vai a única coisa boa que faz é deixar todas suspirando por ele. Quase um mr. Solomon (Ally Carter – Escola de Espiãs) da vida, só que mais prepotente e turrão. Então deixo essa cadeira reservada para minha querida Lizzie Bennet (Jane Austen – Orgulho e Preconceito), que, com a ajuda de alguém que não posso dizer (essa pessoa pode se deslocar através dos tempos), se encaixaria perfeitamente à mesa. Decidida, risonha, sarcástica, ia dar na cara da funcionária com meras palavras sem perder a elegância (séc. XIX de encontro ao séc. XXII). Participaria ativamente das conversas com Luke, instigaria muitas questões com as garotas e descobriria um mundo de possibilidades, coisa que ela certamente adora. 
Sentaria entre mim e a funcionária. 

Para visualizarem melhor:


Que jantar, hein!


Fica aberto para quem quiser fazer, gostaria de ver mais escolhas (e misturas) o/

Kleris Ribeiro.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Você TEM que assistir The Lizzie Bennet Diaries!

Se você conhece, gosta, ama Orgulho e Preconceito, vai adorar. Se não, não tem problema, vai amar de qualquer jeito, juro jurado. 

É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro em posse de boa fortuna... 
... deve estar necessitado de uma esposa

The Lizzie Bennet Diaries é uma web série americana de comédia e drama, que adapta o enredo de Orgulho e Preconceito do século XIX ao mundo do século XXI com o foco no formato de postagem em vlog (além de um passeio por outras redes sociais, como twitter, tumblr e facebook). ~Se você leu e se surpreendeu com a série Boy da Meg Cabot em que as tramas da trilogia passava-se por e-mails, diários, sms e coisas do tipo, vai se surpreender mais ainda com TLBD; e se não leu algum desses livros da Meg, corre que são chick-lits garantidos!~ Quando descobri sobre a série, pensei que era apenas um vlog de brincadeira feita por uma inglesa (descobri que é americana) e que tava fazendo sucesso. Não é nada disso. Quer dizer, não é beeeeem isso.

Conhece John Green, não?


Pois é, acontece de TLBD ter como produtor, editor, supervisor e co-criador... quem? Não, não o John, o Hank, Hank Green, irmão do John (ô família abençoada). Também me surpreendi com essa, apesar de já ter "ouvido" falar que Hank participa do VlogBrother, de onde veio um grupo de seguidores, os nerdfighters, da comunidade nerdfighteria, que faz parte de iniciativas/projetos vlogueiros que ficaram bem mais conhecidos depois do sucesso de "A culpa é das Estrelas" e as contribuições às vítimas de câncer, se não me engano. Bom, quanto a isso, não sei muito por não acompanhar.


Voltando a TLBD...
Não é apenas um seriado protagonizado pela "conhecida" Lizzie. Por causa da conectividade que hoje tudo tem pelas redes, TLBD virou uma múltipla série, algo como uma série transmidiática. Começou no youtube nas postagens de vlog, se estendeu pelo vlog da Lydia (uma das irmãs Bennet), desenvolveu-se no twitter (sério, com os personagens tendo perfis próprios é como se a ficção nunca acabasse ou mesmo a realidade tem mergulhado tão profundo que não se sabe mais onde ela está), e então no tumblr (até onde sei). 

Por vezes via uns surtos no twitter de algumas pessoas que sigo (a @iris_figueiredo principalmente), ficava na dúvida e deixava na promessa... algum dia na vida eu iria assistir TLBD. E calhou de ter sido ontem. 
E eu não consigo parar. E toda hora é uma informação nova. 
Tô me sentindo no Mundo Novo, tudo é bombástico. 
Já surtei, já viciei Mary comigo. Um perigo só.

Mas calma, não se assustem. Não tanto. Vocês não vão passar dias e dias se atualizando, passando madrugadas baixando, prometendo episódios pra depois dos estudos (mantras?), naaaaaada disso. Por que não? Como o formato é vlog, os vídeos são curtinhos, nem precisa baixar. O máximo que já encontrei foi de um de quase 8 minutos, a maioria vai de 2 minutos e meio a 4 minutos. Você nem sente! 
Então don't freak out se eu disser que a série tá na margem dos 80 vídeos ~Vi 54 só ontem; tô me segurando aqui~


Confesso que já tive preguiça de acompanhar, porque era em inglês e tenho arranhado bastante o meu, tão longe dos estudos dessa língua. Assim tenho uma boa notícia pra vocês: não precisam se preocupar, porque temos episódios legendados! YAY! Sigam esse link e terão a grade completa da linha de tempo da série, direto do site de The Lizzie Bennet Diaries. É só ativar a legenda para português (ou inglês, se preferir) no cantinho do vídeo. Por enquanto, temos até o episódio 50 em nossa linda língua-mãe, logo outros mais chegarão...

E como ficou a história adaptada?
Magnífica. 
Hank Green e Bernie Su são uns... gênios.

Lizzie cursa Comunicação Social, é vlogueira, mora com os pais e as irmãs Jane e Lydia e extravasa algumas de suas frustrações. A série parte de relatos pequenos do cotidiano, sobre como é morar com uma mãe fissurada por casamento - que tá surtando pelo novo vizinho (o estudante de medicina Bing Lee), a relação com os pais e sua vida em geral. De tanto sua mãe stalkear os vizinhos, eles acabaram por se conhecer e Jane é praticamente jogada aos braços do suposto serial killer que Lizzie especula ser o Bing Lee. 


Lizzie não apenas conta sua história, ela encena com a ajuda de sua irmã Jane e a produtora Charlotte Lu, sua melhor amiga. Diversas são as vezes que alguém entra no quarto de Lizzie enquanto ela grava ou gritam para conversar com ela (e vice-versa). Lydia, diferente da doce Jane, é muito elétrica e adorou essa invenção de fazer vídeos. Por isso fez um canal só pra ela. Ainda assim, ela mete a cara na câmera quando a Lizzie tá tentando falar. E aí a história vai rolando... você já foi capturada(o). 


O humor é ótimo, a adaptação é bem estruturada, as postagens são bem dinâmicas e não são longas. Bate , claro, uma ansiedadezinha básica ao passar dos capítulos - principalmente para conhecer as caras dos personagens (Bing Lee, Caroline, Wickham, Darcy... e até Mr. Collins; ainda não vi Darcy, nem Mr e Mrs Bennet).

Se você se sentiu meio perdida(o) com essa avalanche de informações, pera, respira, que eu deixo aqui um guia (tá em inglês e nem por isso difícil) de como poder acompanhar a série sem deixar alguma coisa passar. Por experiência própria, indico que vocês sigam aquele link anterior que tem tudo muito organizadinho e ordenado sobre as postagens, tanto da Lizzie, quanto da Lydia. Como os perfis dos personagens no twitter funcionam em tempo real (todos estão no guia), melhor não segui-los de imediato até que tenha assistido todos os episódios disponíveis, isso pode confundi-las(los), além de levantar muitos spoilers. O FB também. Não tenho tumblr pra saber como funciona o compartilhar por lá, mas vocês entenderam meu ponto. Mais fácil se atualizar primeiro... o que dá pra fazer em dois dias hahaha ~estou no processo~

Adorei The Lizzie Bennet Diares, vocês percebem. Lost In Austen até então tinha sido minha releitura favorita de Orgulho e Preconceito (fiz post aqui)... agora não sei mais classificar - pra vocês verem como o negócio é poderoso. 
Então sintam-se bem-vindos depois de tamanha apresentação, tive que falar e falei. 


Site oficial: http://www.lizziebennet.com
Créditos aos blogs que me convenceram a assistir: 

E, só pra reforçar, pra todo caso...

Você TEM que assistir The Lizzie Bennet Diaries!

Kleris Ribeiro.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

(...Perdi...)


"Há tempos perdi o costume,
Parecem eras que não escrevo,
A rima me foge.
Eu me perco.

Pensei que a dor sumisse,
Que a culpa era da caneta,
Que pinta em azul tudo o que sinto,
Disfarçando até que fique bonito
As dores que ainda sinto.

A dor do médico é perder o paciente,
O advogado, ao perder um cliente,
O escritor, ao esquecer um texto.
Mas nada se compara ao poeta, 
Quando perde sua mente.

É desesperador não poder rimar!
Corta a alma não saber narrar,
As dores de um amor que não quer passar
A teimosa burrice de amar.

Sinto-me como uma criança
Que ainda não sabe andar,
Regredi a tal ponto que...
Não consigo mais falar.

Quero voltar ao que sabia,
Fazer das palavras um guia,
Para todo o amor
Que por ti...
Eu senti um dia."

Rubens S. Belfort